A Consciência é
definida como a parte da personalidade da qual temos conhecimento. O inconsciente, referente à tudo que
desconhecemos em nossa psique, é formado por 2 partes : Inconsciente Pessoal e Inconsciente
Coletivo.
O Inconsciente
Pessoal reporta-se às camadas mais superficiais do inconsciente, onde se
escondem as experiências rejeitadas pelo “Eu”, e consequentemente, reprimidas ou
desconsideradas, como lembranças penosas, conflitos pessoais ou morais. Ali
estão ocultos inúmeros traços de nossa personalidade que nos desagradam, e por
tal, são por nós ignorados.
Os conteúdos do Inconsciente Pessoal, via de regra, tem fácil
acesso à consciência, quando tal se faz necessário.Eles encerram também os Complexos, aglomerados de sentimentos,
pensamentos e lembranças carregados de forte potencial afetivo, incompatíveis
com a atitude consciente. Eles retém a Energia
Psíquica, não a deixando fluir.
Qualquer experiência que tocar os Complexos provocará uma
reação exacerbada, com força própria, que pode atuar de modo impetuoso e
veemente no controle de nossos pensamentos e comportamentos.São como pequenas
personalidades autônomas, separadas da personalidade total, razão pela qual se
diz que “uma pessoa não tem um complexo, mas este é que a tem “. Apenas os
outros o percebem.
Embora a Energia
Psíquica aprisionada possa gerar sintomas de caráter patológico, por vezes
representando um obstáculo ao ajustamento do indivíduo, o Complexo não é necessariamente patológico, podendo até vir a ser
uma fonte de inspiração, numa manifestação artística, por exemplo.
O Inconsciente
Coletivo é o depósito das “imagens primordiais”, que nos remetem ao mais primitivo
desenvolvimento da psique.
Essas imagens, herdadas de nosso ancestrais, nossos
antecessores humanos, pré-humanos e animais—são predisposições ou potencialidades
no experimentar e no responder ao mundo, comportamentos, reações e memórias
inconscientes que carregamos do passado, como um elo que liga-nos a nossos mais
remotos antepassados.
Os conteúdos do Inconsciente Coletivo são denominados “Arquétipos”, definidos como “formas sem
conteúdo que representam apenas uma possibilidade de percepção e ação “(Jung).
São universais—todos herdamos as mesmas imagens
arquetípicas básicas, que serão preenchidas por nossa experiência consciente.
Assim que o bebê toma contato com a figura materna, a imagem pré-formada de “mãe”
é amplificada, sendo agora definida pela aparência e comportamento da mãe
verdadeira e pelas experiências que terá com ela ao longo da vida.
O Arquétipo é o núcleo do Complexo.Ele atrai para si
experiências significativas a fim de formar o Complexo, tornando-se
suficientemente forte para constituir o centro de um complexo bem desenvolvido,
e assim poder se expressar na consciência e através do comportamento.
Existe um número inimaginável de Arquétipos : pai, mãe, herói, criança, Deus demônio, nascimento,
morte, renascimento, sábio, embusteiro, sol, lua.
Quando um indivíduo inicia um processo de análise, a
energia aprisionada em um determinado complexo, gerando sintomas, será liberada
e posteriormente direcionada para o si-mesmo, o centro e a totalidade do que
somos, a nossa essência, o centro de nossa personalidade.
Desta forma, o complexo do “Eu”, o mediador entre o inconsciente
e o consciente, e entre nós e o mundo que nos rodeia, poderá servir com
respeito e fidelidade ao si-mesmo, cuja visão é infinitamente maior do que a
limitada visão do “Eu”.
O “Eu” ou Ego, é um termo usado por Jung para representar o
complexo que constitui o centro da consciência.