terça-feira, 3 de março de 2015

Alguns conceitos fundamentais da Psicologia Analítica de Carl G. Jung



A Consciência é definida como a parte da personalidade da qual temos conhecimento. O inconsciente, referente à tudo que desconhecemos em nossa psique, é formado por 2 partes : Inconsciente Pessoal e Inconsciente Coletivo.

O Inconsciente Pessoal reporta-se às camadas mais superficiais do inconsciente, onde se escondem as experiências rejeitadas pelo “Eu”, e consequentemente, reprimidas ou desconsideradas, como lembranças penosas, conflitos pessoais ou morais. Ali estão ocultos inúmeros traços de nossa personalidade que nos desagradam, e por tal, são por nós ignorados.

Os conteúdos do Inconsciente Pessoal, via de regra, tem fácil acesso à consciência, quando tal se faz necessário.Eles encerram também os Complexos, aglomerados de sentimentos, pensamentos e lembranças carregados de forte potencial afetivo, incompatíveis com a atitude consciente. Eles retém a Energia Psíquica, não a deixando fluir.

Qualquer experiência que tocar os Complexos provocará uma reação exacerbada, com força própria, que pode atuar de modo impetuoso e veemente no controle de nossos pensamentos e comportamentos.São como pequenas personalidades autônomas, separadas da personalidade total, razão pela qual se diz que “uma pessoa não tem um complexo, mas este é que a tem “. Apenas os outros o percebem.

Embora a Energia Psíquica aprisionada possa gerar sintomas de caráter patológico, por vezes representando um obstáculo ao ajustamento do indivíduo, o Complexo não é necessariamente patológico, podendo até vir a ser uma fonte de inspiração, numa manifestação artística, por exemplo.



O Inconsciente Coletivo é o depósito das “imagens primordiais”, que nos remetem ao mais primitivo desenvolvimento da psique.

Essas imagens, herdadas de nosso ancestrais, nossos antecessores humanos, pré-humanos e animais—são predisposições ou potencialidades no experimentar e no responder ao mundo, comportamentos, reações e memórias inconscientes que carregamos do passado, como um elo que liga-nos a nossos mais remotos antepassados.



Os conteúdos do Inconsciente Coletivo são denominados “Arquétipos”, definidos como “formas sem conteúdo que representam apenas uma possibilidade de percepção e ação “(Jung).

São universais—todos herdamos as mesmas imagens arquetípicas básicas, que serão preenchidas por nossa experiência consciente. Assim que o bebê toma contato com a figura materna, a imagem pré-formada de “mãe” é amplificada, sendo agora definida pela aparência e comportamento da mãe verdadeira e pelas experiências que terá com ela ao longo da vida.

O Arquétipo é o núcleo do Complexo.Ele atrai para si experiências significativas a fim de formar o Complexo, tornando-se suficientemente forte para constituir o centro de um complexo bem desenvolvido, e assim poder se expressar na consciência e através do comportamento.

Existe um número inimaginável de Arquétipos : pai, mãe, herói, criança, Deus demônio, nascimento, morte, renascimento, sábio, embusteiro, sol, lua.



Quando um indivíduo inicia um processo de análise, a energia aprisionada em um determinado complexo, gerando sintomas, será liberada e posteriormente direcionada para o si-mesmo, o centro e a totalidade do que somos, a nossa essência, o centro de nossa personalidade. 

Desta forma, o complexo do “Eu”, o mediador entre o inconsciente e o consciente, e entre nós e o mundo que nos rodeia, poderá servir com respeito e fidelidade ao si-mesmo, cuja visão é infinitamente maior do que a limitada visão do “Eu”.
O “Eu” ou Ego, é um termo usado por Jung para representar o complexo que constitui o centro da consciência.






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