Anima e animus, derivados do termo latino Anima (Alma), referem-se à imagem da alma de um indivíduo, respectivamente masculina ou feminina.
São pólos de manifestação da mesma dinâmica arquetípica, que rege as relações entre o “Eu” e o “Não-Eu”, isto é, as relações com o mundo externo: os Outros.
Jung não compreendia a anima como alma num sentido “teológico” ou “metafísico”. Utilizou estes termos como símbolos da característica contra-sexual de cada indivíduo, parte do princípio da complementaridade, através do qual a psique se move. São imagens psíquicas, configurações originárias de uma estrutura arquetípica básica, provenientes do inconsciente coletivo e subliminares à consciência, funcionando a partir da psique inconsciente, influindo sobre o principio psíquico dominante de um homem ou de uma mulher.
Segundo Jung, “A anima, sendo feminina, é a figura que compensa a consciência masculina. Na mulher, a figura compensadora é de caráter masculino, e pode ser designada pelo nome de animus” (Obras Completas C. G. Jung, Vol.VII, §328).
O animus e a anima são como parceiros invisíveis que podem ser conhecidos, ou não, do Eu do indivíduo.
A anima é formada pela projeção da psique do menino na mãe; o animus é formado pela projeção da filha no pai. Posteriormente, com o crescimento, espera-se que os filhos gradualmente retirem essas projeções das figuras parentais, transferindo-as para outras mulheres, no caso do homem, e outros homens, no caso das mulheres.
Quando estas imagens da alma (anima no homem e animus na mulher) são integradas à consciência do indivíduo, elas realmente tornam-se suas parceiras de desenvolvimento e de crescimento. Para o homem, uma anima integrada traz para sua personalidade sensibilidade, intuição, afetividade, paciência, flexibilidade; para a mulher, um animus integrado traz direcionamento, racionalidade, assertividade. Usa-se o termo “integrado”, pois é a união dos pares de opostos (masculino – feminino) na personalidade, ou seja, a pessoa adquire essas qualidades do seu parceiro invisível sem perder a qualidade da sua própria identidade sexual.
Porém, quando permanecem indiferenciadas e inconscientes, geram quadros clínicos de psicopatologias. Por exemplo: o homem projeta na sua namorada ou esposa sua imagem de anima, gerando uma série de conflitos conjugais, pois ele não estará se relacionando com a sua parceira realmente, mas com sua anima projetada, um aspecto dele próprio projetado. O mesmo pode ocorrer com a mulher. Desta forma, um parceiro nunca conseguirá corresponder às imagens da alma. Um indivíduo do sexo masculino nestas condições pode vir a ser possuído por este complexo, tendo reações indesejáveis, como crises nervosas, alterações repentinas de humor, tentativa de impor sua vontade a qualquer custo, sem racionalidade, além de apresentar angústia e medos afetivos; uma mulher pode também apresentar problemas relativos a sua afetividade, sendo racional demais, agressiva, impaciente, autoritária, obstinada.
A psicoterapia contribui para que o “eu” do indivíduo possa confrontar-se com a imagem da alma, perceber os conteúdos que está projetando, tomando consciência e ampliando-a, assim conhecendo-se melhor e ao outro e tornando-se capaz de se relacionar melhor com sua vida e com o mundo.
Extraído do site : http://
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